segunda-feira, 18 de maio de 2015

Feminismo Classista

Arte: Camila Araujo


Na reunião de 7 de maio, a Frente Feminista Casperiana Lisandra debateu o feminismo classista. Como leitura base para a discussão, foi utilizado o texto de Andreza Delgado
Recorte de Classe e Raça dentro dos movimentos autônomos disponível no site Blogueiras Negras e a obra Mulher, Raça e Classe de Angela Davis.  


A mediadora da reunião, Camila Araujo, iniciou a discussão contando que convidou as funcionárias da faxina da Fundação para participarem do encontro. Por maior que fosse o interesse delas no assunto, não poderiam comparecer, pois seriam prejudicadas no emprego, correndo inclusive o risco de serem demitidas. Pensamos então qual o sentido, afinal, em debater o feminismo somente entre universitárias de classe média e majoriatariamente brancas enquanto mulheres negras limpam os nossos banheiros?


E até onde vai o feminismo? Feminismo para quem?


O feminismo não atinge todas as classes sociais e fica restrito ao ambiente acadêmico, que por sua vez é predominantemente branco. O feminismo classista enfoca a luta de classes e está vinculado ao feminismo negro, já que a estratificação da sociedade atual coloca em último patamar a população pobre e negra.


São notáveis as diferenças entre as pirâmides de prioridades do feminismo branco e do feminismo negro. A mulher branca de classe média e alta luta por não depender financeiramente de um homem, por integrar o mercado de trabalho e por se libertar das atividades domésticas, por exemplo. Já a mulher negra de menor renda está presente no mercado de trabalho desde os tempos de escravidão, ocupando tradicionalmente posições menos remuneradas e mais propícias a sofrer abusos de todos os tipos, então luta pela formalização de seu trabalho e pelo ingresso no Ensino Superior.


Constatamos então que a mulher branca ao conquistar autonomia e ter a oportunidade de trilhar uma carreira profissional, muitas vezes repassa o trabalho doméstico para uma mulher negra, que é contratada como empregada e cuida também dos filhos da mulher branca, deixando os seus sozinhos.


Nesse ponto, o silêncio pesou durante a reunião. A maioria das pessoas presentes encontrava-se em posição de privilégio na sociedade e compartilhou experiências relativas a empregadas domésticas. Através dos exemplos, notamos que os patrões não criam uma relação profissional com elas e as excluem de sua realidade, apesar de tentarem criar uma falsa inclusão nos lares. A exclusão é o fato de existir um cômodo na casa denominado “quartinho de empregada”, cujo epaço é mínimo e escondido da vista dos outros habitantes da casa. E os patrões que não deixam a empregada fazer refeições junto a eles são os mesmo que criam a falsa inclusão ao dizer que ela é como parte de sua família, por exemplo. A utilização de pronomes possessivos para se referir a empregadas (“a minha empregada”, “a empregada dela”) também gerou reflexões sobre como está engessado em nossa cultura a herança da escravidão por tratarmos pessoas como objetos.


Assim sendo, é até incoerente que uma mulher branca de classe média esteja escrevendo um texto sobre feminismo classista. As mulheres que receberam o convite para participar da reunião e não puderam comparecer com certeza falariam melhor sobre o assunto. Nós, do mundo acadêmico, acabamos por colocar o feminismo classista e o feminismo negro como apêndices. Talvez porque para haver empatia precisamos que haja espelhamento no outro. Não é raro que haja maior empatia com um homem branco do que com uma mulher negra. Então o sentimento de impotência predominou a reunião, que não conseguiu chegar a uma solução, assim como em tantas outras. O prospecto que conseguimos atingir é de que tendo um lugar de privilégio na sociedade, devemos usá-lo para descontruir com sororidade, ou seja, lutar sem tirar o protagonismo de nossas irmãs.

(Érica Azzellini)

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Femicídio e Feminicídio

   
Arte: Camila Araujo 
     
Na última quinta feira, 23/05, a Frente Feminista Casperiana Lisandra reuniu-se no CAVH para discutir questões relacionadas ao femicídio e feminicídio. As mediadoras da reunião foram Catherine Debelak e Letícia Dias, alunas do 4º ano de Jornalismo, e Marina Garcia, aluna do 4º ano de RTV. Elas estão pesquisando e escrevendo um TCC com o tema “Femicídio no Brasil: a cultura de matar mulheres”.

Como base para a discussão, foram utilizados os textos “Feminicídio não é previlégio”, do site Lugar de Mulher; “Feminicídio: como coibir a mais extrema violência contra as mulheres”, publicação da campanha Compromisso e Atitude pela Lei Maria da Penha; “Violência contra a mulher: feminicídios no Brasil”, publicado no site do Ipea.

A reunião começou com as seguintes perguntas: “Vocês sabem o que é femicídio? E feminicídio?”. Após várias opiniões, definiram-se as expressões. Femicídio foi um termo criado por Diana Russell e diz respeito ao ato de um homem matar uma mulher em razão do seu sexo, ou seja, quando um homem assassina uma mulher simplesmente por ela ser mulher. Já feminicídio, palavra criada pela mexicana Marcela Lagarde, refere-se às estruturas sociais, judiciárias e políticas que fazem com que esse homem não seja punido pelo crime.

A discussão seguiu focada na realidade do Brasil, que é 7º país que mais mata mulheres no mundo e onde a cada hora e meia uma mulher é morta como vítima de femicídio. Para analisar o femicídio em nosso país é preciso fazer um recorte de idade, raça, classe e estado geográfico. Os estados onde existem mais vítimas de femicídio estão nas regiões Norte e Nordeste. Além disso, mais da metade das mulheres mortas tem entre 20 e 30 anos de idade.

Falou-se, então, sobre a lei que tipifica o feminicídio como crime no Brasil, sancionada pela presidente Dilma Rousseff no dia 9 de Março. A lei brasileira considera femicídio três casos: quando o homem violentou sexualmente ou mutilou a mulher antes ou depois de assassiná-la e quando a vítima possuía relações afetivas com o assassino. A importância da lei foi ressaltada pelo seu impacto social e político na sociedade, pois coloca o problema do feminicídio em evidência e o termo passa a fazer parte do vocabulário das pessoas. Questionou-se sobre a lei ser ou não um privilégio e todos concluíram que não é privilegio pertencer a um grupo de pessoas que é assassinado por conta do seu sexo.

Foi levantado também como os femicídios são noticiados pela mídia. Geralmente, são retratados de duas formas: descaso ou sensacionalismo. Muitas vezes, o crime é exposto como passional e o assassino é humanizado. Como se a mídia tentasse justificar e amenizar o assassinato cometido.

Por fim, as mediadoras falaram sobre o objetivo do TCC que estão desenvolvendo. Segundo elas, a ideia é denunciar a realidade do país e produzir material em português, já que a maioria da bibliografia existente está em inglês. As alunas falaram também sobre a responsabilidade que possuem como comunicadoras sociais de colocar o assunto em pauta.

(Claudia Ratti)

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

O privilégio da sororidade

Arte: Camila Araujo
            Na reunião do dia 18/9, a Frente Feminista Casperiana Lisandra debateu questões ligadas ao islamismo e feminismo, com mediação das alunas Juliana Causin e Bárbara Blum.  Com base no texto “Islamofobia não é feminismo” da Revista Pittacos, refletimos sobre a imposição de um feminismo branco e ocidental voltado para questões diferentes do que as mulheres islâmicas priorizam. Dentro desse assunto, discutimos o caso FEMEN, quando algumas ativistas do grupo protestaram parcialmente nuas, com turbantes de toalha e barbas falsas pela libertação das mulheres islâmicas.
            Lemos a carta escrita por tais mulheres em resposta às ações do FEMEN, listando um por um os motivos pelos quais acreditavam que o grupo ucraniano estava sendo racista e islamofobico em nome da “liberação feminina”. Com base nisso, discutimos as diferentes formas de fazer o feminismo, considerando que os lugares de predominância religiosa islâmica ou muçulmana vivem contextos diferentes. Novamente, recorremos ao material escrito para tentar compreender um relato de uma ativista na Palestina, local no qual as mulheres negam o uso de anticoncepcionais, pois ter filhos é criar uma resistência numérica contra Israel.
As mediadoras da reunião: Bárbara Blum e
Juliana Causin / Foto: Marina Braga
            Levamos em consideração a conjuntura presente e discutimos, também, qual é a relação do avanço do ISIS na região da Síria e do Iraque com as mulheres. O líder Abu Bakr al-Baghdadi prega a mutilação genital feminina como forma de purificação, algo usualmente restrito a algumas tribos da região norte da África. Os países com maior incidência da MGF são o Mali, o Sudão e a Somália, mas ocorre em menor quantidade em outros países, como Egito e Etiópia.
            É importante relembrar que não se pode falar em “cultura islâmica” por ser algo que abrange muitas regiões diferentes, povos distintos e práticas completamente opostas. A prática da mutilação genital feminina não está ligada ao islamismo, mas, sim, a outras culturas específicas, que podem (ou não) ter ligações com a religião.
            A mutilação genital, por ser um exemplo tão extremo de algo que está sendo relacionado ao islamismo por causa da expansão do ISIS, serviu para discutirmos a maior questão por trás dessa reunião: até que ponto podemos julgar alguma prática descontextualizada em nossa cultura utilizando o nosso feminismo branco e ocidentalizado como filtro? As opiniões divergem: algumas mulheres defenderam que temos, no Ocidente, práticas tão agressivas quanto a MGF normalizadas e que não podemos, portanto, julgar esse costume. Outras acreditam que, pelo tamanho da violência que é infligida às mulheres submetidas à mutilação, a prática deve ser problematizada.

            A reunião foi muito importante para refletirmos sobre a questão do “outro” no Feminismo. Como disse a militante franco-argelina Houria Boultedja, “Isso queria dizer: por que é que vocês, as mulheres brancas têm sozinhas o privilégio da solidariedade? Vocês também são espancadas, violadas, vocês também sofrem a violência masculina, vocês também são mal pagas, desprezadas, o vosso corpo também é instrumentalizado”. Apesar de sermos mulheres, temos de rever nosso privilégio, seja ele branco, seja ele o de viver numa cultura ocidental a todo momento, para que possamos compreender a luta de mulheres diferentes como iguais a nós. O privilégio da sororidade não cabe às mulheres brancas, mas a todas nós.

A luta das mulheres islâmicas vai muito além do feminismo. A islamofobia no mundo é grande e a cultura muçulmana é muito desrespeitada. / Foto: Marina Braga

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Gordofobia

Em maio um dos temas discutido em reunião foi “Padrões de Beleza”, em agosto o assunto foi aprofundado e a gordofobia, ou lipofobia, foi abordada. A medição ficou por conta de Giulia Araujo.
Na Grécia Antiga havia um culto ao belo corpo, as estátuas sobreviventes exibem um porte atlético e simétrico. Apesar disso não se pode afirmar que o corpo sarado era um ideal imposto, por exemplo, para Platão (pensamento exposto no diálogo intitulado Fedro) o belo independe do físico, ele é autônomo. Por vezes acontece do material acidentalmente manifestar beleza, mas isto é apenas uma falsa cópia.
Já na Idade Média, a gordura passa a ser vista de forma positiva. Sociedades subnutridas tendem admirar a obesidade. Quando todos passam fome, excesso de tecido adiposo é sinal de riqueza e beleza. Inclusive no livro O Grande Massacre de Gatos e Outros Episódios da História Cultural Francesa, Robert Darnton ao analisar o conto maravilhoso La Petite Annette – história similar à da Cinderela – relata que quando Annette principia a engordar, concomitantemente ela passa a adquirir beleza também.
Na virada do século XIX para o XX, no Brasil e no mundo o culto à boa forma começa a se expandir. Difusão de esportes, férias remuneradas, banhos de mar, roupas mais curtas e justas, uma mentalidade higienista e o império hollywoodiano são alguns dos fatores que contribuem para o início da ditadura da magreza.
Analisou-se o pensamento de dois autores sobre o assunto. Para Naomi Wolf, além dos interesses da indústria dietética, a ditadura da magreza se mantem como uma forma de opressão encontrada pelo machismo (mais detalhes em O Mito da Beleza). Já Gilles Lipovestsky, apesar de concordar sobre o interesse industrial em uma política da magreza, diz que a magreza foi uma forma que a mulher encontrou para negar sua feminilidade – principalmente com a onda andrógena dos anos 70 – e se autoafirmar (pensamentoA Terceira Mulher).
exposto no livro
Por que xingar de 'viado' ou de 'preto' é mal visto hoje em dia, mas a expressão "fazer gordisse" ainda é considerada engraçada? / Foto: Marina Braga
A partir de então se discutiu as pressões sociais que as mulheres da reunião enfrentavam para continuarem magras e, com o apoio do texto Como é ser gorda, foi debatido o quanto a sociedade é excludente quando se trata de obesos.
Uma das conclusões que os participantes chegaram é que a opressão da magreza incide muito mais na mulher do que no homem. Enquanto dietas é um tema constante nas revistas femininas, nas masculinas pouco se fala sobre cuidados com o peso. Também há uma descriminação no sentido de se achar que homens cm barriga são trabalhadores e esorçados enquanto as mulheres com sobrepeso são desleixadas.

Por fim foi abordada a expressão “fazer gordisse”. A expressão é extremamente preconceituosa e é o equivalente a “preto fazer pretisse”. Contudo “fazer gordisse” é usado a exaustão e sem reflexões. Na nossa sociedade, gordofobia não é nem caracterizado como um tipo de preconceito.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Reflexões sobre a Marcha das Vadias


Créditos da imagem: Zanone Fraissat/Folhapress / Arte: Camila Araújo         
Às vésperas da IV Marcha das Vadias, em São Paulo, a Frente Feminista Casperiana Lisandra promoveu uma roda de conversa sobre o evento. Com a presença das convidadas Gabriela Freller e Isadora Szklo (RUA), Carolina Borghi Ucha (JUNTAS) e Beatriz Beraldo Batista, que defendeu a Marcha em sua tese de mestrado na ESPM, a reunião descontruiu e, em seguida, reconstruiu o significado desse acontecimento do próximo sábado (24 de Maio).
Beatriz Beraldo, pesquisadora da Marcha
fez a primeira fala / Foto: Marina Braga
“A mulher na sociedade é esquartejada”, iniciou Beatriz. Com o seu trabalho “POR SAIAS E CAUSAS JUSTAS: feminismo, comunicação e consumo na Marcha das Vadias”, a estudante, e também ativista, criticou a relação da publicidade com a mulher e com a Marcha. À medida que essa mídia não nos trata como sujeito, o produto passa a ser o nosso porta-voz e as joias, sapatos e outros artefatos acabam por nos representar nas propagandas. Dessa forma, falar sobre a mulher referindo-se apenas às partes do seu corpo passa a ser algo comum na sociedade. Não é à toa, portanto, que os jornais e a internet divulgam algumas manifestações feministas com enfoque apenas nas partes do corpo despidas durante o evento, como o topless. Assim, deixam de lado toda a ideologia e os debates envolvidos no movimento.  
Carol Ucha, do coletivo Juntas, deu
sequência no debate / Foto: Marina
Braga
Em seguida, Carolina levantou a questão da importância da Marcha: é um dos primeiros contatos das pessoas com o feminismo mais a fundo, disseminando-o. “Vá lá e converse com as pessoas”, recomenda. Segundo ela, esse ano, após as jornadas de Junho de 2013, as constantes greves e manifestações contra a Copa, além das polêmicas de assédios no metrô, a pesquisa incorreta divulgada pela IPEA em relação ao estupro e o assédio sofrido pela bandeirinha recentemente em uma partida de futebol, indicam que a Marcha terá uma boa repercussão.
Gabriela Freller, representando o coletivo
RUA, fez a última fala, que abriu o debate
para o restante das pessoas na roda / Foto:
Marina Braga
Apesar das grandes expectativas, Gabriela mostrou alguns problemas que o evento enfrenta: o enfoque na emancipação individual, o uso da nudez (que tem um papel importante, mas só aparece na mídia pelo seu conteúdo sexual) e a inibição causada a mulheres que não se reconhecem com o termo “Vadia”, que foi tomado como forma de protesto após a fala de um policial canadense, que se pronunciou sobre uma onda de estupros que vinham acontecendo no Canadá, dando, então, origem à Marcha em 2011 no mesmo país.
O debate continuou com a questão da mulher negra no movimento feminista. Devido ao fato de muitas mulheres negras já se declararem contra a Marcha Das Vadias, Isadora explicou que muito disso se deve à época da colonização. Como as brancas eram “materiais para o casamento” e, portanto, intocáveis, os homens precisavam provar sua virilidade mantendo relações sexuais com suas amantes, no caso, as escravas negras. Assim, foi atribuído a elas um estigma sexualizado de maneira pejorativa até hoje.
O tema desse ano da Marcha das Vadias é "Quem cala não consente" colocando em pauta
a questão da cultura do estupro / Foto: Marina Braga
Além disso, foi levantada a questão da complexidade social em que essas mulheres estão inseridas. A negra, principalmente a de periferia, se vê diante de um dilema: sobreviver ao lado do seu opressor ou lutar pelos seus direitos como mulher juntamente à sua patroa racista. Grande parte possui demandas mais urgentes que remetem à sua própria sobrevivência. Dessa forma, o machismo existente em suas vidas acaba não sendo detectado.

Muitas histórias e reflexões foram levantadas em torno dessas questões e a reunião extrapolou seu limite, ocorrendo até 19h30min da quinta-feira. Entretanto, ficou claro para todas nós que ainda se tem muito para discutir, aperfeiçoar e, principalmente, lutar. Quem cala, NÃO consente!

segunda-feira, 19 de maio de 2014

II Semana de Mulher e Mídia





Ficamos muito felizes em anunciar que, a partir de amanhã, realizaremos a II Semana de Mulher e Mídia, que discute a representação e a participação de mulheres nos meios de comunicação.
Nos dias 19, 21 e 23 (seg, qua, sex) de maio, nos reuniremos em dois períodos: das 11h30 às 13h, logo após a aula da manhã, e das 17h30 às 19h, antes da aula da noite, na sala Aloysio Biondi, no quinto andar.

Programação:
Segunda (19/5)

11h30 - 13h -> Feminismo na mídia. A mesa discutirá a representação dada ao movimento feminista pelos grandes veículos de comunicação. Convidadas: Marilia Moschkovich (mariliamoscou e Outras Palavras), Sayuri Kubo (jornalista, Juntas) Mediação: Marina Braga.


17h30 - 19h -> Blog: ferramenta feminista. Blogs são, hoje, os grandes disseminadores do pensamento feminista no Brasil. A liberdade digital proporciona um espaço de discussão de ideias e organização de campanhas. Convidadas: Jéssica Ipólito (Gorda e Sapatão), Luka Franca (Blogueiras Feministas) e Isabela Kanupp (Para Beatriz) . Mediação: Marina Cipolla.

Quarta (21/5)

11h30 - 13h -> As mulheres nos bastidores. Em parceria com o Cine Clube Paradiso, exploraremos como diretoras, roteiristas e produtoras brasileiras participam de um mercado tão restrito quando o cinematográfico. Convidadas: a confirmar. Mediadoras: Mariana Agati e Giulia Araújo.

17h30 - 19h -> Sexualidade feminina na mídia. Como a sexualidade da mulher é representada na mídia? Como novelas, séries e filmes contribuem para dicotomia “santas ou putas”? Além disso, quais as diferenças na sexualização da mulher negra em relação à branca? Essa mesa pretende discutir isso. Convidadas: Nádia Lapa (Cem Homens, Carta Capital), Paola Diniz (AfroedicAção), Elisa Gargiulo. Mediadora: Beatriz Cano.

Sexta (23/5)


11h30 - 13h
-> Mulher e tecnologia. A primeira pessoa a programar um computador na história foi uma mulher: Ada Lovelace (1815-1852). Desde então, houve uma dissociação entre mulheres e tecnologia. Essa mesa pretende, além de considerar as razões disso, pontuar a importância da conexão de mulheres com o tema e apresentar projetos que pretendem mudar isso. Convidadas: Diana Assennato e Natasha Madov (Ada.vc, revista Tpm), Daniela Silva (rodAda Hacker), Camila Achutti (Technovation Challenge Brasil). Mediadora: Letícia Dias.

17h30 - 19h -> Mulher e Minoria. E quando, além de submetida ao sexismo, a mulher também sofre por outras opressões? Racismo, transfobia, lesbofobia, classicismo… Como essas mulheres são representadas pela mídia - se é que o são. Convidadas: Thandara Santos (Marcha Mundial das Mulheres) & outras a confirmar. Mediadora: Giulia Ebohon.



quinta-feira, 15 de maio de 2014

Padrões de Beleza

Crédito da foto para a campanha "Love My Body" da Victoria's Secret / Arte: Camila Araujo
     Na reunião de quinta-feira (15/5), mediada por Giulia C. G. Araujo, o tema abordado foi “Padrões de Beleza”. Como base foi utilizada a introdução do livro “Mito da Beleza”, da escritora feminista Naomi Wolf.
     O encontro começou com a pergunta: seria “ditadura” uma palavra muito forte para ser adotada no termo “ditadura da estética”? Xs participante acreditam que, apesar de forte, a palavra é cabível, visto que são impostas regras às mulheres de como estas devem se portar e se apresentar diante da sociedade.
     Sob a ótica histórica, a maior participação feminina no espaço público, devido à urbanização, trouxe consigo a ideia de que toda mulher deve sair bem vestida, com a pele perfeita e o cabelo arrumado. Como exemplo disso, foi citado o espartilho, que em sua época era essencial para todas as mulheres.
Giulia Araujo (primeira, da esquerda para a direita) mediou o debate que
rolou em frente a sala do CAVH
     A política do consumismo vigente no sistema capitalista é reforçada para as mulheres. As revistas femininas ditam o que estas devem comprar para se encaixarem nas normas da sociedade. A magreza e a juventude são os principais pontos dedicados ao público feminino, fazendo com que, muitas vezes, a obsessão delineie a mente das mulheres. Obsessão, essa, que pode gerar sérios problemas como anorexia, bulimia, entre outros.
     É importante ressaltar a diferença que há entre padrões de beleza de determinadas classes sociais. Enquanto que para as mulheres de classe alta a magreza é priorizada, para aquelas de classe baixa as curvas à la Valesca Popozuda são mais valorizadas.
     Após essas reflexões, chegamos a conclusão de que a beleza varia conforme espaço, tempo e sociedade. Em relação a esse tema, o feminismo é fundamental, pois este mostra às mulheres que elas tem liberdade para optar por seguir os padrões ditados pela sociedade ou simplesmente quebrá-los.